Em Guapimirim, a tradição de São Cosme e São Damião resiste ao tempo
Terreiro de umbanda distribuiu doces e brinquedos neste fim de semana
Integrantes do Terreiro de Umbanda Caboclo Sete Flechas, em Guapimirim, se prepararam para abrir os portões e distribuir doces para a criançada
Foto: Terreiro de Umbanda Caboclo Sete Flechas - Imagem cedida ao DIA
Guapimirim – A tradição de dar doces a crianças em homenagem a São Cosme e São Damião ainda resiste ao tempo, ao preconceito e às mudanças econômicas e de crença por parte das pessoas. Em Guapimirim, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, por exemplo, embora raro, ainda é possível se deparar com cenas como essa.
Na tarde desse sábado (30), doces e brinquedos em alusão aos santos gêmeos foram distribuídos pelo pai de santo Flávio Sacilotti, do Terreiro de Umbanda Caboclo Sete Flechas, na Praça Niterói, em Guapimirim. Na porta do local tinham bolas e cartazes informando que haveria distribuição de balas, pirulitos, suspiro e outras guloseimas que as crianças tanto gostam.
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Os doces, geralmente, vêm num saquinho com uma imagem atribuída aos santos. A prática é adotada por católicos, umbandistas e candomblecistas por mera devoção, por alguma promessa – ou propósito – ou também por agradecimento à cura de alguma doença, por exemplo.
No caso do pai de santo Flávio Sacilotti, o costume de dar doces e brinquedos foi herdado de sua bisavó Maria Dudu, que o fazia na década de 1930, quando Guapimirim ainda era um distrito de Magé. Depois, a tradição continuou com a mãe dele, Bárbara Sacilotti.
A SNT coincide com a Semana Nacional de Mobilidade, que celebra o Dia Mundial sem Carro, em 22 de setembro.
Na Igreja Católica, o Dia de São Cosme e São Damião é celebrado no dia 26 de setembro. Já nas religiões de matriz africana, no dia 27 de setembro. Contudo, é possível ver doações de doces e brinquedos por parte de devotos até o dia 12 de outubro, aproximadamente, data que marca o Dia das Crianças.
Segundo a tradição cristã, Cosme e Damião viviam na região da antiga Ásia Menor entre os séculos III e IV d.C. Ambos eram médicos e não cobravam por suas consultas. Por sua fé no cristianismo, os dois irmãos foram torturados e assassinados.
Nas religiões de matriz africana, o sincretismo religioso fez com que eles fossem representados como orixás Ibeji ou Ibejis, filhos gêmeos de Iansã e Xangô.