Trotes ao Samu chegam a 5% do total de chamados ao serviço no Rio
Passar trote para telefones de utilidade pública é considerado crime pelo código penal brasileiro. Ainda assim, do primeiro dia de 2024 até domingo (31), o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) recebeu mais de 10 mil ligações falsas, quase 5 trotes por hora, com pedidos de ajuda pra emergências que não existem e atrapalham o funcionamento do serviço na cidade do Rio de Janeiro.
No ano passado foram quase 40 mil ligações falsas, cerca de 5% de todos os chamados pro 192.
A maioria é feita por crianças, adultos que ligam para falar palavras obscenas e pessoas que fazem pedidos falsos de socorro.
A central telefônica do Samu da cidade do Rio de Janeiro recebe em média cem ligações assim por dia. Os atendentes são treinados para identificar ligações falsas, mas nem sempre é possível evitar que uma ambulância seja colocada na rua para atender um paciente que não existe.
Para o médico do Samu, Bruno Sant’anna, o prejuízo também recai para quem precisa de atendimento.
“Quando uma equipe vai pra um atendimento que é um trote, todo esse empenho acaba se tornando algo ineficaz e prejudicando outras pessoas que poderiam estar sendo beneficiadas, como o envio de ambulância para um paciente que realmente tinha necessidade de atendimento,” explica.
O socorro do Samu começa na ligação. Pelo telefone, médicos e enfermeiros dão as primeiras orientações que podem salvar a vida de quem está do outro lado da linha.
Visando acabar com esse problema, o Samu faz trabalhos de orientação nas escolas e conta com o bom senso das famílias para educarem os filhos. Passar trote atrapalha o trabalho de quem está no serviço público para salvar vidas.
“Hoje, as crianças têm acesso ao telefone celular, então isso também aumenta a possibilidade desse tipo de prática. Então, aproveitamos essa oportunidade pra fazer um apelo aos pais pra conscientização dos filhos” relata José Henriques Marques Nero, gerente do Núcleo de Educação Permanente.
Fonte:g1