Caso Marielle: presos nesta quinta tinham 'função' de monitorar vereadora e fazer contato com milicianos, diz PF

Ronald Pereira e Robson Fonseca foram denunciados e presos por envolvimento com supostos mandantes. Irmãos Brazão e Rivaldo Barbosa também foram denunciados pela PGR.

Ronald Paulo Alves Pereira e Robson Calixto, o Peixe — Foto: Reprodução

Denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e presos nesta quinta-feira (9), Ronald Pereira e Robson ‘Peixe’ Fonseca cumpriam funções bem definidas na organização criminosa que teria articulado a morte de Marielle Franco em 2018, segundo o relatório da Polícia Federal.

De acordo com as investigações e com a delação premiada de Ronnie Lessa, Ronald Paulo de Alves Pereira teria “assumido o encargo de obter informações sobre a rotina de Marielle Francisco da Silva”.

De acordo com as conclusões da PGR que embasaram as ordens de prisão, Ronald Pereira:

A prisão foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes – a GloboNews teve acesso à decisão.

  1. acompanhou trajetos e agendas de Marielle Franco em 6 de março de 2018, uma semana antes do crime;
  2. esteve nas proximidades da região onde os tiros foram disparados, no centro do Rio;
  3. informou os executores sobre a agenda de Marielle no dia da morte.

 

A participação de Ronald no “monitoramento” de Marielle, citada inicialmente por Ronnie Lessa, foi corroborada na investigação por:

 

  • cruzamento de sinais de Estações Rádio-Base (ERBs);
  • registros de ligações telefônicas;
  • e mapeamento de movimentação do denunciado.

 

“Além disso, o referido denunciado foi identificado pela Operação Intocáveis como um dos principais milicianos de Rio das Pedras, possuindo vínculos estreitos com os codenunciados, de modo que em liberdade, poderá voltar a atuar em favor das milícias do Rio de Janeiro e a praticar crimes”, diz Moraes no documento.

Marielle foi assassinada ao sair de um compromisso político em 14 de março de 2018, no centro do Rio de Janeiro. O motorista dela, Anderson Gomes, também foi morto.

 

‘Peixe’ gerenciava contatos e negócios

 

Ainda de acordo com a decisão de Moraes, a PF não identificou participação direta de Robson “Peixe” Calixto Fonseca na morte de Marielle – ele, inclusive, não foi denunciado pelo crime de homicídio.

Segundo as investigações, ele “integra a organização criminosa envolvida nos fatos, ao lado de Domingos Inácio Brazão e João Francisco Inácio Brazão”.

No grupo, ele seria responsável por fazer contatos com os milicianos de Rio das Pedras e por gerenciar negócios imobiliários irregulares da organização criminosa.

“Robson Calixto Fonseca possui grande proximidade com os denunciados Domingos Inácio Brazão e João Francisco Inácio Brazão, e há indícios de que, mesmo após as diligências determinadas com a apresentação do relatório policial, o requerido permanece agindo em favor dos denunciados, o que se estende, conforme destacado pela Procuradoria-Geral da República, à gestão de negócios espúrios com milicianos do Estado do Rio de Janeiro”, diz Moraes.

Fonte:g1

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