SC tem 2° prefeito preso em 3 dias e soma 18 prefeitos detidos em um ano e dois meses

Caso mais recente aconteceu nesta sexta-feira (26) em Ponte Alta do Norte. Prisões e investigações apuram esquemas de corrupção.

Operação Limpeza Urbana cumpriu mandados em Ponte Alta do Norte — Foto: MPSC/Divulgação

Com a prisão de Ari Bagúio (PL), Santa Catarina teve o segundo prefeito detido em três dias nesta sexta-feira (26). Ao todo, o estado soma 18 prefeitos presos em um ano e dois meses.

O prefeito de Ponte Alta do Norte, município de 3,2 mil habitantes no Oeste de Santa Catarina, foi preso em Florianópolis. Além dele, dois filhos e um secretário municipal são investigados.

A operação, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), mira um suposto esquema de corrupção envolvendo a contratação de serviços de limpeza urbana na cidade.

NSC não localizou a defesa do prefeito para se pronunciar sobre o caso. A ação cumpriu quatro mandados de prisão e sete de busca e apreensão.

Prefeitos presos em Santa Catarina

A prisão de Bagúio é a segunda de um prefeito de município catarinense nesta semana. Na quarta-feira (24), o chefe do Executivo de Barra Velha, Douglas Elias Costa (PL), também foi detido em outra operação do Gaeco que apura corrupção e fraudes em licitações.

Os dois presos nesta semana se juntam a uma longa lista que desde dezembro de 2022 contabiliza 18 prefeitos detidos em cidades de Santa Catarina.

Os 16 anteriores foram presos em decorrência da operação Mensageiro, que investigou um esquema envolvendo corrupção em contratos de limpeza urbana em cidades de várias regiões do estado.

Veja os prefeitos presos em Santa Catarina:

  1. Ari Bagúio (PL), de Ponte Alta do Norte
  2. Douglas Elias Costa (PL), de Barra Velha
  3. Luiz Henrique Saliba (PP), de Papanduva
  4. Antônio Rodrigues (PP), de Balneário Barra do Sul
  5. Antônio Ceron (PSD), de Lages
  6. Vicente Corrêa Costa (PL), de Capivari de Baixo
  7. Marlon Neuber (PL), de Itapoá
  8. Joares Ponticelli (PP), de Tubarão
  9. Luiz Carlos Tamanini (MDB), de Corupá
  10. Deyvisonn de Souza (MDB), de Pescaria Brava
  11. Armindo Sesar Tassi (MDB), de Massaranduba
  12. Adriano Poffo (MDB), de Ibirama
  13. Adilson Lisczkovski (Patriota), de Major Vieira
  14. Patrick Corrêa (Republicanos), de Imaruí
  15. Luiz Divonsir Shimoguiri (PSD), de Três Barras
  16. Luiz Antonio Chiodini (PP), de Guaramirim
  17. Alfredo Cezar Dreher (Podemos), de Bela Vista do Toldo
  18. Felipe Voigt (MDB), de Schroeder

 

Ponte Alta do Norte: como funcionava o suposto esquema

O Gaeco apura os crimes de associação criminosa, corrupção passiva e concussão, “orquestrados e supostamente praticados por agentes políticos e particulares”. Os nomes dos alvos não foram revelados.

Veja o passo a passo do suposto esquema:

  • Pessoas interessadas em prestar serviço de limpeza urbana no município eram direcionadas pelos agentes públicos investigados para que contratassem escritórios de contabilidade previamente determinados;
  • era imposta a contrapartida ilícita de pagamento de 10% dos valores que eles recebiam do município, pagos a título de vantagem indevida mensal;
  • a conduta faria com que parte do dinheiro pago pelo município aos contratados para limpar a cidade voltasse para os próprios agentes púbicos investigados, ocasionando enriquecimento ilícito, que se aproxima do valor de R$ 100 mil.

Além do Gaeco atuaram na operação a Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos e o Grupo Especial Anticorrupção (GEAC), que atua em investigações e ações judiciais de combate à corrupção, onde os fatos revelem maior gravidade ou complexidade.

Após os cumprimentos dos mandados, os detidos serão levados para o Fórum da cidade de vizinha de Curitibanos para audiência de custódia.

Fonte G1

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