Grupo político de Teresópolis usa Justiça Eleitoral para criar falsa narrativa sobre ‘fake news’

Grupo político de Teresópolis usa Justiça Eleitoral para criar falsa narrativa sobre ‘fake news’

TRE-RJ foi induzido a apreender exemplares impressos do Conexão Verdade, que mencionou uma empresa de pesquisa de Guapimirim investigada pelo Ministério Público Eleitoral por suspeita de fraude em Petrópolis

-Foto Divulgação

Um grupo político supostamente ligado ao candidato a prefeito de Teresópolis Leonardo Vasconcellos (União-RJ), presidente da Câmara Municipal, se utilizou da Justiça Eleitoral para criar uma falsa narrativa, ao acusar o jornal Conexão Verdade, de Guapimirim, de espalhar “fake news” sobre as eleições no município da Região Serrana. Na manhã dessa sexta-feira (4/10), exemplares impressos foram apreendidos num operativo policial que contou com a fiscalização do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ).

O jornal Conexão Verdade escreveu uma reportagem intitulada “Empresa investigada por fraude em pesquisa em Petrópolis também atua em Teresópolis”. O texto se baseou numa matéria publicada pelo jornal O Globo do último dia 1º de outubro, intitulada “MPE pede suspensão de pesquisa suspeita de fraude em Petrópolis e solicita abertura de inquérito policial” (clique aqui) sobre uma suposta indústria de “fake news”, investigada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) e mencionou uma consulta de opinião feita na Cidade Imperial pelo Novo Correio Fluminense, de Guapimirim, contratada pelo portal Última Hora Online, de Quintino, no Rio.

O periódico guapimiriense informou que os mesmos contratado e contratante também atuaram em pesquisas eleitorais para Teresópolis. A enquete de opinião coloca os candidatos Mário Tricano (PP-RJ) e Leonardo Vasconcellos (União-RJ) em primeiro e segundo lugares, respectivamente.

O Conexão Verdade foi além e informou que algumas outras pesquisas feitas pelo Novo Correio Fluminense tanto no estado do Rio de Janeiro quanto em Itu, São Paulo, também já foram contestadas por suspeitas de fraude por políticos e chapas de campanha.

A enquete de opinião de Petrópolis foi contestada pelos candidatos a prefeito Rubens Bomtempo (PSB-RJ) e a vice-prefeito Yuri (Psol-RJ) por suspeita de fraude. Tanto a publicação de O Globo quanto a do Conexão Verdade revelam que o Novo Correio Fluminense foi criado em Guapimirim em abril deste ano e teria suposto vínculo com um candidato a vereador.

Na reportagem de O Globo, o presidente da coligação dos candidatos Bomtempo e Yuri, Marcus São Thiago, comentou sobre a existência de “uma verdadeira indústria de pesquisas falsas” por parte de “institutos fundo de quintal” para distorcer os números e tentar influenciar a percepção do eleitor.

Da mesma forma que existe uma suposta indústria de “fake news”, existe outra para deslegitimar consultas de opinião sérias, ao tachá-las banalmente de “fake news”, porque os resultados não são satisfatórios a determinados candidatos e, também, devido ao receio de influenciar o eleitorado, principalmente os indecisos.

O Conexão Verdade não divulgou nenhuma “fake news” sobre os episódios em questão, tem 12 anos de atuação e reafirma seu compromisso com o jornalismo sério, ético, responsável e comprometido com a verdade dos fatos. Para reafirmar o que está sendo dito aqui e para contestar as narrativas que estão sendo criadas por grupos políticos e por veículos noticiosos locais ligados aos mesmos, é importante destacar que uma enquete de intenções de voto para Teresópolis, feita pela Data Marks Instituto de Pesquisa, foi, recentemente, contestada pela coligação do candidato Leonardo Vasconcellos (União-RJ) ante a 195ª Zona Eleitoral de Teresópolis. Os dados não o favoreciam tanto quanto a enquete do Novo Correio Fluminense.

Em um mandado de segurança impetrado pela Data Marks Instituto de Pesquisa, o TRE-RJ anulou a decisão da 195ª Zona Eleitoral de Teresópolis que impedia a divulgação dos dados. Agora, sua publicização está liberada.