Polícia investiga união de facções na disputa de territórios com a milícia na Zona Oeste do Rio

Nesta quinta-feira, 15 milicianos foram presos após trocarem tiros com traficantes de quadrilhas distintas na Carobinha, em Campo Grande

A prisão de 15 milicianos durante uma operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), nesta quinta-feira, na Zona Oeste do Rio, trouxe à tona uma união criminosa até então desconhecida. Horas antes de ser preso, o bando havia trocado tiros com traficantes das facções Comando Vermelho (CV) e Amigo dos Amigos (ADA). Investigações apontam indícios de que estes dois últimos grupos se uniram para tentar invadir a Favela da Carobinha, em Campo Grande, onde a troca de tiros ocorreu. A comunidade é dominada pela maior milícia da Zona Oeste, integrado justamente pelos paramilitares detidos.

Segundo postagens que circulam nas redes sociais, traficantes teriam partido da Vila Vintém, em Padre Miguel, território que tem o tráfico controlado pela ADA, e da Vila Kennedy, em Bangu, que tem o comércio de drogas controlado pelo CV, para invadir a Carobinha. A guerra teria começado há uma semana. Atualmente, os invasores estariam apenas em uma área de mata da comunidade. A primeira facção citada foi fundada no fim da década de 90 por Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, que morreu em uma rebelião, em 2002, no Complexo Penitenciário do Gericinó, e por Celsinho da Vila Vintém. Este último saiu da cadeia em outubro de 2022, após cumprir uma pena de 25 anos. Ele alega já ter deixado a vida de crimes e diz trabalhar como empresário na criação de suínos. Além disto, também é patrono da Unidos de Padre Miguel, escola que foi campeã do grupo de acesso e que vai desfilar na elite do carnaval do Rio, em 2024.

Milicianos pouco depois de serem presos em Campo Grande — Foto: Reprodução

Nesta quinta-feira, os milicianos foram interceptados pela PRF na Avenida Brasil, próximo ao Viaduto Engenheiro Oscar Brito, em Campo Grande. O grupo seguia para Santa Cruz e foi cercado na pista de subida por volta das 4h30. O bando reagiu à abordagem policial e houve tiroteio. Após uma troca de tiros que assustou quem passava pela via expressa, 15 milicianos foram presos e um conseguiu fugir. Do total dos detidos, seis foram baleados no confronto.

De acordo com a investigação, os paramilitares presos retornavam em direção às comunidades de Uricânia e Antares, em Santa Cruz. Os dois locais têm territórios chefiados por Rui Paulo Gonçalves Estevão, o Pipito, apontado como um dos substitutos de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, preso em dezembro último. Pipito está com a prisão decretada pela Justiça e é considerado foragido.

Com os presos a polícia aprendeu 12 fuzis, 58 carregadores da mesma arma, sete pistolas, uma delas com emblema da polícia de Miami, nos Estados Unidos, 20 celulares, 16 coletes balísticos, entre outras coisas. A ação envolveu a inteligência da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e de Inquéritos Especiais (Draco-IE), que monitorou o deslocamento dos milicianos e repassou a informação para a Polícia Rodoviária Federal (PRF). E ainda a Polícia Militar, que apoiou a operação da PRF. Todos os detidos foram autuados em flagrante por crime de porte ilegal de arma de fogo, constituição de milícia privada e adulteração de veículo automotor.

Fonte:EXTRA

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