Prefeitura de Cordeiro usa creche como estacionamento e dinheiro vai para conta de diretora; veja vídeos

Uma das diretoras é esposa de um candidato a vereador ligado ao prefeito Leonan Melhorance

O Conexão Verdade teve acesso a vídeos feitos com câmera escondida por alguns clientes que pagaram pelo estacionamento.

Duas diretoras do Jardim de Infância Municipalizado Eny Galvoza da Costa no Parque Raul Veiga, em Cordeiro, Região Serrana, cobram R$ 50 para que carros possam ficar estacionados dentro da creche. No caso de motos, R$ 20. A denúncia é noticiada em primeira mão pelo Conexão Verdade.

Detalhe interessante nesse escândalo é que a diretora adjunta do estabelecimento é esposa de um candidato a vereador da mesma coligação do prefeito de Cordeiro, Leonan Melhorance, que tenta se reeleger.

O esquema conta com a participação de servidores e apadrinhados políticos do atual governo. Os pagamentos eram feitos em dinheiro, cartões de crédito e débito e pix. Para esta opção, por exemplo, os valores eram depositados na conta no Bradesco em nome da diretora adjunta. Atrás dos recibos continha o carimbo de uma das duas gestoras.

Ainda se fosse algo legalizado, é totalmente estranho os pagamentos caírem na conta pessoal de uma diretora em vez de uma conta institucional. Também chama atenção o fato de haver cobrança de estacionamento em repartição pública, ainda mais uma creche, que não tem finalidade lucrativa.

O Conexão Verdade teve acesso a vídeos feitos com câmera escondida por alguns clientes que pagaram pelo estacionamento. As imagens foram registradas no último dia 21 de julho, quando aconteceu a Expo Cordeiro 2024. Numa dessas gravações, é possível ver uma funcionária com uniforme da Prefeitura de Cordeiro, tomando conta e orientando motoristas em busca de vagas.

“A gente trabalha como funcionárias, mas esse ano eles colocaram três pessoas de fora”, contou a funcionária que ficava de vigia na entrada da unidade de ensino.

“A gente trabalha como funcionárias, mas esse ano eles colocaram três pessoas de fora”, contou a funcionária que ficava de vigia na entrada da unidade de ensino.

Os nomes da diretora adjunta, da diretora geral e de outros integrantes que aparecem nas imagens serão preservados neste momento, mas todo o material já foi encaminhado ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). O órgão deverá investigar se o dinheiro recebido pelo estacionamento clandestino seria destinado ou não à campanha do marido da diretora adjunta e de outros participantes. Também é preciso apurar se essas pessoas estariam sendo usadas como “laranjas” para favorecer grupos políticos.

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